Design estratégico: o que é? Um guia aprofundado

“Estratégia” pode ser um termo amplo e inacessível. Significa coisas diferentes em cada contexto. No design estratégico, exploramos como os produtos, serviços e experiências mudarão e evoluirão com o tempo.

Para empresas de todo tipo de ramo, planejar e criar estratégias é algo comum. Elas mostram como alcançaremos o sucesso a longo prazo.

Qualquer marca sem um plano só segue o acaso. Esse não é o melhor caminho.

O design estratégico nos faz refletir sobre como os produtos cumprirão nossos objetivos comerciais a longo prazo. Se a estratégia é o plano, as táticas são as ideias relacionadas à ação que nos levam a cumprir as metas. Você já vai entender mais sobre o que estamos falando.

O que é design estratégico?

O design estratégico explora uma visão de alto nível, antecipação das tendências para o futuro e noções da relação entre tecnologia e mudança social. 

Uma definição convencional de design se concentra na criação de produtos. O design estratégico vai um pouco além. Nele, trazemos os princípios do design para a resolução de problemas. 

É uma forma de pensar sobre eles, explorando o máximo das duas palavras que compõem o conceito: design + estratégia. A ideia nos faz redefinir a forma que tomamos decisão. Ela funciona bem quando o design se alinha com o DNA da marca.

É o que dá oportunidades para os designers trazerem a sabedoria dos estúdios criativos para dar suporte às empresas e à criação de produtos.

Como o design estratégico ajuda a aumentar o valor do produto?

A transição para a era digital trouxe o design para a estratégia de marketing. É a experiência por meio do design. Há várias funções para o design estratégico, como você vai ver a seguir.

O papel do design

Design é algo que todos usam, vestem e compram. É uma forma de pensar o produto. Ele nos ajuda a analisar a função, a forma e a demanda do mercado.

É a soma de manifestações da marca. Ele não se resume a uma xícara. Hoje, é um conceito holístico. Inclui a forma que o presidente da empresa se veste e fala. Também envolve a forma com a qual você é recebido nas lojas da marca

Ele ajuda a aumentar a percepção de valor dos produtos. Por isso, ele é mais eficiente quando o associamos a produtos que procuram um novo mercado. 

As relações com stakeholders, o conteúdo e o design como item diferenciador da marca são os três pontos centrais em que as marcas precisam focar. 

A migração para a era digital

O início da comunicação digital no Brasil foi modesto. Os grandes grupos apostavam a maior parte das fichas na mídia convencional, em campos como jornal, TV, revista e rádio. Não existia uma mensagem diferente para cada consumidor.

Esses meios convencionais ofereciam a comunicação em massa. As empresas tinham pouca preocupação em se adaptar aos hábitos das pessoas.

A propaganda definia o consumo e não o contrário. Só que as coisas mudaram na última década. O crescimento da participação da internet nas compras fez com que o consumo online se tornasse trivial.

As redes sociais deram voz às pessoas que, no passado, não tinham um caminho para que se manifestassem. Isso abriu margem para uma nova era de consumidores críticos.

O crescimento de importância do design estratégico

O fluxo de investimento em comunicação saiu do offline para o online. A comunicação digital é mais rastreável e certeira. Isso acelerou a aliança entre as agências online e offline.

As pessoas passam metade do dia online. É onde a mágica acontece para que a compra se dê. Essa mudança criou uma nova demanda: a de ter uma estratégia de marca ligada ao design de marca.

É a experiência que surge do design. A regra para tornar uma marca visível ainda é a mesma: ser percebido, tornar-se relevante, interagir e conquistar as pessoas. O problema é que a dificuldade para alcançar isso é maior. 

É comum confundir planejamento de comunicação com design estratégico. É o que faz as pessoas buscarem um posicionamento de marca e só encontrarem identidade visual.

Os desafios de hoje

As pessoas não compram só pelos argumentos que usamos. Elas seguem também razões emocionais. Essa conexão afetiva tem bastante influência na retenção dos clientes. Mas ela só acontece quando a experiência é rica e se relaciona com os valores da marca.

Hoje, as marcas focam em construir personalidade e valorizar a conexão humana. A empatia virou um valor importante. As pessoas questionam com frequência o propósito e os valores da marca.

Esse é o momento apropriado para repensar a identidade da marca e seus objetivos. Diversidade, sustentabilidade e responsabilidade social são valores que contam na hora de decidir por uma compra.

O desenvolvimento criativo contemporâneo

Analisar o comportamento das pessoas importa no desenvolvimento criativo de hoje. Isso aumenta a necessidade de conferir se as ideias de ontem ainda funcionam para hoje.

A experiência do consumidor é fruto da conexão entre design e estratégia. O design estratégico desenvolve a personalidade e a voz da marca, criando o ponto de interação entre marca e cliente,

Não há nada de realmente novo aqui. A estratégia de marca sempre foi sobre isso. No entanto, agora há um senso de urgência. Precisamos focar na estratégia da marca que, muitas vezes, não está presente nas entregas criativas. 

Como o design estratégico funciona?

O design estratégico trabalha para pesquisar, prototipar, restar e tornar mais fáceis os processos criativos para aprimorar a experiência do público. Seu foco é a empatia, a síntese, a comunicação de ideias e o entendimento do comportamento humano. Veja como funciona a seguir.

Mensurando a qualidade da experiência do usuário

O design estratégico trabalha com recursos como:

  • protótipos;
  • mapa da empatia;
  • jornada do usuário;
  • persona;
  • entrevistas com clientes;
  • elaboração de processos de criação.

O ponto de partida são as pessoas. A equipe de design estuda:

  • o que as pessoas dizem, fazem, pensam e sentem;
  • como elas compreendem o problema que a empresa se propõe a solucionar;
  • qual é a relevância do produto;
  • qual é a melhor experiência possível para que consigam o que querem;
  • como podemos medir a qualidade de sua experiência.

O mundo está se tornando mais imprevisível. As necessidades das pessoas estão mudando. Por isso, focar em superar as expectativas passa por colocar a experiência em primeiro lugar.

O design estratégico como diferencial

O design estratégico é muito importante para ser responsabilidade de pouca gente dentro da empresa. Se procuramos um futuro com mais empatia, precisamos trazê-lo para vários campos diferentes.

Hoje, temos acesso a uma quantidade crescente de dados, impensável há poucos anos. Isso abre margem para a personalização. Se o consumidor era tratado como um só, hoje dá para dividi-lo em grupos superespecíficos, de acordo com os traços em comum.

Isso tem efeito na relação com os clientes. Marcas que se comunicam de forma personalizada conseguem ter um ganho em receita. Quando levamos a mensagem certa ao lugar ideal, o impacto é grande.

Etapas do design estratégico

O design estratégico se dá a partir de:

  • pesquisa imersiva, quando estudamos o contexto, o papel da empresa no mercado, as tendências, os usuários, os clientes e os parceiros;
  • análise crítica, na qual reinterpretamos os dados para colher insights;
  • trabalho criativo, em que a equipe levanta ideias para resolver problemas e aproveitar oportunidades, conectando temas e visões para inovar.

Nesse trabalho, a equipe testa as hipóteses e ajusta de acordo com o feedback. Ele é multidisciplinar.

Envolve a interação de várias áreas, como marketing, vendas e desenvolvimento de produtos. A visão holística do design dá margem para a empresa criar soluções que atendam às necessidades da marca.

A função do design estratégico é gerar valor a todos os stakeholders.

A anatomia do design estratégico

Qualquer nível de estratégia depende de alguma consciência e noção do quadro geral. Nela, planejamos desde metas grandiosas, de longo prazo, até as com um nível simples e funcional da equipe. Você vai ver a seguir.

Considerações comerciais

Quando pensamos em estratégia de produto, os aspectos  técnicos e experimentais são os primeiros que surgem à mente. Só que o planejamento começa pela parte comercial. Isso inclui:

  • tendências de mercado e da indústria;
  • dimensões do mercado;
  • análises do alcance da empresa e da capacidade de entrar nesse nicho;
  • uma noção do cenário, dos concorrentes e dos espaços ainda não preenchidos;
  • posicionamento do produto e oferta relativa ao mercado;
  • o objetivo comercial de longo prazo.

Ainda que o componente comercial defina a oportunidade de negócio, há também um estudo de design de produto para analisar as implicações do produto a longo prazo, levando em conta a perspectiva tecnológica.

O processo de design estratégico

Quando definimos as especificidades da estratégia, precisamos de um estudo para considerar as implicações do direcionamento da empresa em relação aos objetivos, necessidades, dores e desejos do público.

Uma estratégia só será bem-sucedida se ela levar as pessoas a obterem valor. Precisamos saber bem para onde o mercado está indo e como ajudaremos as pessoas a chegarem lá, a partir da nossa oferta.

O trabalho do design é;

  • analisar o que sabemos sobre o cliente;
  • trazer consciência contextual sobre a oferta atual;
  • definir a visão;
  • saber onde a oferta precisa evoluir;

Esse trabalho ajuda a entender como o que a empresa oferece evoluirá para que se adapte ao que o cliente demanda.

As atribuições no ramo

Olhar a empresa de fora para dentro é um desafio. Mas essa é parte da tarefa dos gestores. Por isso, o design estratégico faz diferença. Ele une tecnologia, inovação e design.

Depende de:

  • entender o problema;
  • ver o mundo de forma panorâmica;
  • desenvolver boas ideias;
  • prototipar;
  • disseminar o processo pela empresa;
  • medir os resultados.

Aqui, a dica é apostar em ferramentas que direcionem a marca para o futuro. A gestão precisa alimentar o processo. Defina:

  • as ideias da marca;
  • as atividades chaves;
  • as propostas;
  • os canais de distribuição.
  • a visão de mundo;
  • o público-alvo;
  • a rede de parceiros.

O ponto central do design estratégico é olhar a necessidade de quem utilizará a solução. É a partir disso que a marca se reposiciona e se torna mais competitiva.

Príncipios de uma boa estratégia

Uma boa estratégia trabalha perspectivas comerciais, tecnológicas e de design. Para isso, precisa incluir:

  • desejabilidade;
  • viabilidade comercial;
  • viabilidade técnica;
  • usabilidade;

As contribuições comerciais, tecnológicas e de design focam em:

  • saber quais tendências influenciam o mercado e quais as dimensões da oportunidade comercial;
  • como a tecnologia subjacente apoia a estratégia comercial;
  • como o produto pode evoluir para corresponder às necessidades do cliente.

Qualquer boa estratégia trabalha essas três perspectivas para ter sucesso e de uma boa capacidade de execução das equipes. Os designers participam aqui em uma estratégia multifuncional.

Eles precisam de coordenação entre as várias áreas da empresa para dar apoio às estratégias.

Aplicações para o design estratégico

A criação de uma estratégia depende de:

  • analisar as estratégias já existentes;
  • traduzi-las em termos que façam sentido para a visão de design;
  • encontrar uma boa meta de negócios;
  • apresentar a estratégia;
  • pesquisar a empresa, o usuário e o mercado;
  • compartilhar os resultados com as pessoas;
  • criar princípios de alto nível para superar os problemas;
  • estudar o efeito em relação aos objetivos da marca;
  • continuar repetindo o projeto.

Normalmente, direcionar os rumos da empresa é uma tarefa dos executivos, CEOs ou empreendedores. Por isso, o trabalho dos designers é oferecer esse suporte.

Quando junto a uma equipe de design de produto, a equipe pode ajudar a trazer melhorias também nas soluções da empresa.

A contribuição dos designers

O design estratégico preenche o espaço entre as estratégias comerciais e o trabalho da equipe para evoluir a experiência dos clientes. Ele traz a criatividade ao processo, trazendo uma perspectiva de como a empresa pode agir para chegar onde quer.

É a combinação de arquitetura técnica e design de experiência para incentivar a mudança comportamental. Aqui, traduzimos a intenção da empresa em um produto.

Isso abrange:

  • o que significa sucesso para a empresa;
  • as especificidades do público;
  • análises da proposta atual;
  • os princípios que dão base para esse estado futuro.

A estratégia de design se estende além do usuário final e considera outros stakeholders da empresa para entender como suas interações contribuem para o resultado.

Os usos para o design estratégico

No design estratégico, articulamos o método do design para criar soluções que correspondem à necessidade do público. Também ajuda a amplificar a qualidade inovadora da marca.

É um caminho para se diferenciar e dar alguns passos competitivos além. Traz uma visão holística da marca, considerando os vários papéis de um produto.

Por exemplo, sua repercussão social, cultural, ambiental e econômica. É também uma conduta de agir para quem quer resolver problemas complexos. Aqui, extrapolamos o método do design para campos mais abstratos, como tomada de decisão.

Com o design estratégico, ficamos aptos a criar soluções desejáveis para o público, factíveis para a marca e promissoras para a empresa. 

A consciência situacional

O design é mais sobre o cliente do que sobre o usuário. Não é útil, se não for também vendável. Aqui, precisamos saber bem onde estamos e para onde caminharemos. Essa primeira etapa é a consciência situacional.

O foco aqui é definir a demanda, o quanto isso é realmente atendido pela oferta e o nível de experiência do cliente. A ideia é trazer à tona dores, prazeres e ganhos capazes de agregar valor ao público. 

Aqui, o trabalho passa por aproveitar os insights levantados pela pesquisa e identificar a desejabilidade, filtrando as oportunidades que simbolizam a melhor chance de impulsionar os objetivos da marca.

Isso pode incluir:

  • análise da persona;
  • mapas da jornada do cliente;
  • análise da concorrência.

Projetando um estado futuro

Com a consciência situacional, passamos a usar o poder criativo, aquilo que os designers têm de melhor, para projetar um possível estado futuro. Munidos com o contexto do público-alvo, podemos articular um desejo de experiência. 

Não é bem uma especulação sobre o futuro, mas uma forma de aproveitar os insights em mãos para oferecer uma experiência que seja não só desejável, mas esteja enraizada na nossa noção dos problemas que precisamos resolver.

O fruto desse processo facilita a colaboração e chega em uma expressão de onde queremos estar. Embora os resultados sejam fruto do processo de design, a ênfase fica no uso das ferramentas para envolver os times e os stakeholders.

Foque em:

  • oportunidades-alvo;
  • visão e princípios;
  • storyboards.

Criando um plano de alto nível

Tendo o alvo em mente, precisamos resumir tudo isso em plano de alto nível. Precisamos definir como preencher a lacuna entre onde estamos e onde chegaremos e quais passos farão parte disso. 

É aqui que usamos raciocínio e insights para defender uma mudança relevante, com base em uma compreensão estruturada da intenção comercial da empresa e das aspirações do público-alvo.

Você pode focar em:

  • Diagnóstico: resumindo a situação atual da perspectiva do design e o espaço entre o que oferecemos hoje e o que precisamos oferecer.
  • Políticas orientadoras: elas descrevem as diretrizes gerais do design. Incluem os comportamentos do cliente que quer influenciar e refletem os princípios que surgiram com a visão da empresa.
  • Ações: é a parte das iniciativas da marca e descreve, em detalhes, como você porá em prática o que se definiu na etapa anterior. Para cada ação, há medidas de sucesso que precisam corresponder aos comportamentos dos clientes que você definiu na análise.
  • Plano de design: é aqui que definimos as etapas e marcos significativos que mostrarão o caminho para a experiência que queremos provocar.

Como um designer estratégico pode ajudar?

O papel do designer estratégico não é só criar uma peça de design, mas também criar uma estratégia. Isso depende de:

  • pesquisas de mercado;
  • síntese de design;
  • pensamento visual;
  • trabalho para solução de problemas;
  • criação de soluções práticas a partir da pesquisa estratégica;
  • experimentação;
  • pensamento estratégico;
  • pensamento sistemático;
  • criação de projetos pensados em um horizonte de longo prazo.

Às vezes, nos deparamos com problemas que nos fazem pensar que a ferramenta que estamos usando para tentar solucioná-los não foram desenhadas para isso. O design estratégico surgiu como um movimento dentro do design que vai além do trabalho tático, como projetar um site ou um logotipo.

Ele foi pensado para os problemas específicos do século XXI, orienta-se ao futuro e dá espaço para que os designers usem sua criatividade para propor mudanças na organização.

Impulsionando a inovação empresarial

O design estratégico é útil para quem quer se proteger das mudanças no mercado a partir da inovação. Ele leva a competitividade, por ser um caminho para achar oportunidades de inovação e aumentar a fidelidade do público.

Com a inovação, as marcas consolidam uma presença forte. É o que cria um relacionamento longo com o cliente e alimenta indicações. É também uma forma de encorajar a inovação.

Inovar importa. É o caminho para implementar de forma prática ideias que levam a introdução de melhorias e serviços no mercado. As empresas que fazem isso criam ou redistribuem valor.

Não há problema se você não focar na inovação de cara. O design estratégico é sobretudo uma ferramenta de resolução de problemas, que se adapta às inclinações da sua empresa.

O caso de sucesso da Oris

Em colaboração com a Go Cool, a Oris redesenhou o purificador de água E-due. Ele é fruto de um grande esforço de pesquisa e estudo, que deram origem ao seu design inovador.

A nova linha E-due combinou estudo estratégico e um método avançado de design, que trouxe um resultado moderno e prático. Entre seus traços marcantes, destaca-se um design clean.

Ele aparece em quatro cores, combinando com ambientes diferentes. Tem também um led para troca de filtro, que mostra a hora de troca. A ideia é garantir a pureza da água. O sistema bacterostático corta a proliferação de bactérias, garantindo uma água saudável para consumir.

O equilíbrio de pH corrige a acidez da água, aumentando ainda mais o bem-estar. O design estratégico e o design thinking fizeram parte desse processo e mostram o poder de um design estratégico bem implementado.

O design estratégico mistura a criatividade dos designers com a estratégia dos melhores gestores, para levar à marca ao melhor nível de entrega. Confira no site da Oris outros exemplos e traga o design estratégico para sua empresa!